Terra, mercadoria ou espaço de vida
Reflexões sobre políticas públicas e a questão fundiária a partir do "Mutirão Campo Alegre"
Palabras clave:
Reforma agrária;, Participação política, Regularização fundiária, Policy dismantling, Políticas públicasResumen
Há tempos, a transformação da terra em mercadoria e sua aquisição por uma parcela pequena da população evidenciam a ausência de prioridade da questão agrária para o Estado brasileiro, bem como a destinação de grande parte dos recursos públicos à modernização tecnológica das grandes propriedades. Na contramão, experiências coletivas persistem, resistindo, de modo geral, a longos processos de luta. Este artigo objetiva, portanto, construir uma reflexão sobre políticas públicas no Brasil articulada as ações de regularização fundiária desenvolvidas em Mutirão Campo Alegre[1], processo que se arrasta há 39 anos. O esforço principal deste artigo é analisar a morosidade do processo de regularização fundiária buscando articulá-lo com a questão agrária brasileira e com o contexto de desmonte das políticas públicas, análise fundamentada na teoria policy dismantling.
[1] “Projeto de Assentamento” - Definição atribuída pelo Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (ITERJ) às áreas que estão em processo de regularização.
Descargas
Referencias
BAUER, M.; JORDAN, A.; GREEN-PEDERSEN, C.; HÉRITIER, A. Dismantling public policy: preferences, strategies and effects. Londres: Oxford Univ. Press, 2012. Parte I.
BOBBIO, N.; MATTEUCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário de Política. Brasília: UNB, 1983.
COBB R. W.; ELDER C. D. The Political Uses of Symbols, Nova York, Longman, 1983.
FARAH, M. F. S. Análise de políticas públicas no Brasil: de uma prática não nomeada à institucionalização do ‘campo de públicas’. Revista de Administração Pública, v. 50, n. 6, 2016.
HIRABAHASI, G. Não demarcarei um centímetro quadrado a mais de terra indígena. Disponível em: https://oglobo.globo.com/epoca/expresso/nao-demarcarei-um-centimetro-quadrado-mais-de-terra-indigena-diz-bolsonaro-23300890. Acesso em: 6 jun. 2022.
HOLANDA, M. Bolsonaro é aplaudido por empresários ao dizer que deve favores a eles e que põe juízes neutros no TST. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/12/bolsonaro-e-aplaudido-por-empresarios-ao-dizer-que-deve-favores-a-eles-e-que-poe-juizes-neutros-no-tst.shtml. Acesso em: 7 jun. 2022.
INSTITUTO DE ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (INESC). ‘Funai se transformou em Fundação Anti-indígena’, alerta dossiê sobre a atuação do órgão no governo Bolsonaro. Disponível em: https://www.inesc.org.br/funai-se-transformou-em-fundacao-anti-indigena-alerta-dossie-sobre-a-atuacao-do-orgao-no-governo-bolsonaro/. Acesso em: 7 jun. 2022.
INSTITUTO DE TERRAS E CARTOGRAFIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (ITERJ). Relatório de Gestão. (mimeo). 2018.
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do partido comunista. São Paulo: Martin Claret, 2004.
MELLO, J. Caminhos dos desmontes de políticas públicas no Brasil: condicionantes e hipóteses Rio de Janeiro: Ipea, 2022.
MEDEIROS, L. S. A reforma agrária no Brasil: história e atualidade da luta pela terra. São Paulo. Editora Fundação Perseu Abramo. 2003.
MULLER, P.; SUREL, Y. A análise das políticas públicas. 2. ed. Pelotas: Educat, 2004.
ROSSI, P.; DWECK, E.; ARANTES, F. Economia política da austeridade. In: ROSSI, P. et al. (Eds.) Economia para poucos: impactos sociais da austeridade e alternativas para o Brasil. São Paulo: Autonomia Literária, 2018.
SABOURIN, E. et al. Le démantèlement des politiques publiques rurales et environnementales au Brésil. Cahiers Agricultures, v. 29, 2020.
SEMINÁRIO INTERNACIONAL ESTADO, POLÍTICAS PÚBLICAS E MUNDOS RURAIS: PERSPECTIVAS E DESAFIOS. Mesa 2 – Desmonte de políticas públicas no Mercosul: políticas agrárias, de segurança alimentar e nutricional e para a agricultura familiar. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wvMYFWlBvWw. Acesso em: 8 jun. 2022.

Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Mônica Mendonça Delgado

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
- Los autores conservan los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho a la primera publicación, con el trabajo licenciado simultáneamente bajo la Licencia Creative Commons (CC BY 4.0) que permite compartir el trabajo con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Se permite y se alienta a los autores a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar el impacto y cita del trabajo publicado.
- Los autores pueden hacer acuerdos contractuales independientes y adicionales para la distribución no exclusiva de la versión del artículo publicado en esta revista (por ejemplo, incluirlo en un repositorio institucional o publicarlo en un libro) siempre mostrando que el trabajo se publicó primero en Revista IDeAS.