O drama da instalação das famílias agricultoras na frente pioneira amazônica

Autores

  • Glaucia de Sousa Moreno Universidade Federal do Pará (UFPA), Marabá, Brasil
  • Gutemberg Armando Diniz Guerra Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, Brasil

Palavras-chave:

Reforma agrária, Movimento social, Memória, Brasil

Resumo

O presente artigo foi desenvolvido com o objetivo de demonstrar a expressão do sofrimento vivenciado por assentados de reforma agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na mesorregião sudeste paraense, Brasil. Pretende-se revelar os elementos que permitiram a resistência de 16 famílias de migrantes oriundos principalmente do nordeste brasileiro, durante um ano e nove meses de luta em acampamentos e ocupações para conseguirem um lote de 25 hectares no assentamento Palmares II, no qual vivem desde 1996. Para obtermos os elementos contidos nas entrevistas usamos a análise de conteúdo resgatado através de narrativas contadas pelos assentados com o intuito de remontar a história vivenciada por estas famílias durante o processo de conquista e resistência na terra.

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Biografia do Autor

  • Glaucia de Sousa Moreno, Universidade Federal do Pará (UFPA), Marabá, Brasil

    Engenheira Agrônoma, Mestre em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável. Docente Substituta no Curso de Licenciatura em Educação do Campo, Universidade Federal do Pará – Campus de Marabá.

  • Gutemberg Armando Diniz Guerra, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, Brasil

    Pós-doutor pela Columbia University in New York City. Docente do Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas, Universidade Federal do Pará (UFPA).

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Publicado

08-03-2015

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